Comemorações são sempre bem vindas, mas cada ano que passa elas mudam às vezes umas são significativas, outras nem tanto. Nunca nenhum aniversário e comemoração são iguais.
Quando somos crianças, comemoramos com muitos docinhos, tema infantil, salgados, brinquedos, tudo que criança gosta e sempre quis ter.
Quando se faz quinze anos à comemoração faz debutantes, trazem a nova idade como quem comemora um casamento... é a transição da fase criança para a adolescência.
Quando se faz dezoito anos à comemoração se baseia em um carro novo, uma viagem pelo mundo, uma jóia cara, um cartão sem limites. Tudo isso para brindar a fase seguinte, onde se tornam adultos e passam a ser responsáveis pelos seus atos.
Quando se está na casa dos vinte e poucos, já adultos, comemoramos com festas grandes, churrasco com a turma, coisas simples e que sejam do seu gosto.
Quando entram na fase dos trinta, quarenta anos, a comemoração se resume a família, jantares, reuniões ou viagens a dois.
Mas o fato é ninguém nunca deixa de comemorar o seu aniversário. Não importa qual seja a comemoração. Importante é o que te deixa Feliz? O que mais lhes agrada? Qual a sua necessidade no momento? O que de fato vale a pena ser comemorado e vivido?
Enquanto estivermos vivos, tudo é motivo para comemoração. Em um mundo tão desigual, onde o mundo real perde para o virtual, comemorações, contato físico, são coisas as quais estão ficando extintas, deixadas de lado em um segundo plano.
É tão natural nós nos esquecermos de ligarmos para as pessoas, ou de irmos visitarmos, de ouvirmos a pessoa, de compartilharmos uma bebida, uma boa conversa fora de hora, que não me assustaria se daqui a alguns anos o contato físico fosse algo restrito a casais ou apenas amigos íntimos.
O fato de cumprimentar a todos é algo louvável, nem sempre conseguimos fazer isso todo santo dia. Mas isso é tão animador, quanto uma noite entre amigos e um bom wisk.
O fato de termos respeito pelas pessoas, também têm sido esquecido, temos nós tornados tão individualistas que é perigoso daqui alguns anos todos estarem falando sozinhos por não ter mais quem os ouça.
O egoísmo então pai de todos os santos, esse daí me indigna, me revolta, ver pessoas as quais um dia ajudamos com maior atenção, presteza, boa vontade, recusar ajuda a outras pessoas próximas, quando se vê restabelecido na vida. A Mente Humana esquece muito fácil as coisas boas, o mundo virtual tem sido tão mais real que a própria realidade e acabamos transferindo funções vazias para nossas vidas. Usamos muito o CTRL C para copiar apenas o que nós convêm e o DELETE quase sempre e numa freqüência assustadora.
Porque apagar, deletar certos problemas, os quais sabemos que serão resolvidos se pararmos e olharmos verdadeiramente para eles e acharmos uma solução por mais impossível, ilógica ou contraditória, que seja sua decisão.
A vida é sua, restritamente sua e não lhes cabe a nós, decidir, mudar, opinar por você. Tem que ser feito tudo aquilo o qual você sonhou para você, o qual acreditou, desejou intimamente e não aquilo que o vizinho, a tia, acha melhor. Vivemos em um mundo livre, com direito de escolha e muito me admira:
As pessoas não sabem escolher.
As pessoas não são solidárias.
As pessoas se esquecem muito fácil das coisas boas e se amarguram anos a fio com coisas ruins.
A pessoa não tem consideração pelos chamados amigos, usam os amigos quando lhes convêm, trocam de amigos, como quem troca de escola.
As boas idéias são esquecidas, por medo de ouvir criticas ou de não assumir seus desejos, vontades e crenças.
Trocam de parceiros por acharem que não são valorizadas, entendidas, e realizadas sexualmente pelos mesmos.Mas também nem sempre falam o que lhes incomoda.
Deixamos de ouvir as pessoas por acharmos que nossos problemas sempre serão os maiores do mundo. Algumas vezes salvamos vidas ouvindo pessoas as quais vivem na escuridão de seus pensamentos negativos ou que pensam em suicídio.
Muitas pessoas no mundo, na cidade, no Brasil, pensam ou já pensaram em suicídio e nem sempre notamos seu comportamento, sua tristeza, sua solidão acompanhada.
Não olhamos para os lados porque além de não termos tempo, temos medo de ver algo que nos desagrada.
Os homens pegam todas as mulheres do mundo, mas não conseguem encontrar uma que lhes agrade ou em alguns casos sequer consegue dar um prazer real para a mulher. Tudo é tão superficial, que o sexo dos homens pode ser considerado em alguns casos igual os de cachorro.
O descontentamento das mulheres tem sido tanto, que muitas acreditam em super man, mas na acreditam em homens com sentimentos, com desejos reais. Tudo não passa de meras miragens.
Casamento virou negócio e não mais uma instituição chamada família o qual nossos pais viveram e vivem até hoje.
Romantismo então se os homens não resgatarem isso, pode ser considerado algo extinto nessa nova fase de muitas tecnologias e modernidades.
Sexo que é uma coisa tão sublime, única e tem sido feito de maneira virtual, por homens os quais só pensam em satisfazer seus desejos mesmo à distância. Como se o orgasmo fosse o mesmo ou a intensidade fosse maior.
E aquelas pessoas que trocam amizades de anos por um romance de uma semana, que é visível a falta de entrosamento. Carência é algo estarrecedor, comemos salsicha e pagamos um preço alto pelo porco todo depois.
E os que falam demasiadamente errados, já se depararam com um desses? Quase um dialeto, nem bêbado consegue decifrar o que dizem.
Sou a favor de internet, MSN, facebook, essas redes sociais e o mundo virtual no geral. Mas noto que a cada dia as pessoas estão frias, indiferentes a vida, ao mundo lá fora. Muitos se escondem diante do mundo virtual, por medo de se assumirem, de se conhecerem melhor e de dizerem mais que meias verdades.
A vida é uma só e certas coisas não dá para ser comemoradas, contemplada, analisada, conversada, exposta apenas pela internet. É tão melhor o olho no olho, o contato físico, o calor humano, as amizade sinceras, o desinteresse em ter ou conseguir algo, ver os amigos dia de semana, conhecer lugares novos, fazer festa, dançar ate doer às pernas, beber ate cair, rir ate dar dor de barriga, contar piadas, falar besteiras, paquerar pessoalmente, ir à casa da pessoa no meio do dia ou da noite, ajudar um desconhecido na rua, se preocupar com o vizinho, rezar pela família, pelo irmão, falar o que sente gritar bem alto, ter crise de choro.
Tantas coisas simples e que tornam as pessoas mais felizes, mais dispostas e mais crentes de que ainda existe bondade, amor, lealdade, cumplicidade, companheirismo, amizade despretensiosa, loucuras por amor, por amigos, saber ouvir, se doar.
E com isso os aniversários passam... os anos passam......a vida passa....a tecnologia predomina...criando falsos valores, conceitos e sentimentos em um mundo e diante de uma sociedade a qual é preciso sentir para saber lidar com a vida, com o seu eu e o espelho que temos em casa.
